SEPE E SINPRO – FRENTE ÀS AMEAÇAS DE RETORNO INSEGURO, REAFIRMAMOS: “ESSENCIAL” É A VIDA!

SEPE e SINPRO DE NOVA FRIBURGO
Nota Conjunta – 16/01/2021


Logo após receber um movimento de volta às aulas no último dia 8 o prefeito Jhonny Maycon decidiu já no dia 14 decretar uma “avaliação e atualização” do Plano de Retomada(pra quando for seguro) instituído democraticamente há um mês e que manterá escolas fechadas até que haja um mínimo de segurança. Para tal revisão o prefeito reconfigurou a seu favor o grupo de trabalho do Plano em questão e anunciou no site da Prefeitura que pretende tratar a Educação como “atividade essencial”, medida de caráter economicista que facilitaria bastante o retorno apressado das atividades presenciais que tanto lhe exigem.


Não podemos deixar de lamentar também a conivência do poder público e de entidades empresariais de classe com as carreatas negacionistas que se organizam livremente pela cidade. Em um momento em que as contaminações e mortes se multiplicam pelo município, pelo estado do RJ e pelo Brasil (com destaque para Manaus) sem que haja um plano efetivo de VACINAÇÃO, causa-nos estranheza que a prioridade de determinados setores da classe média friburguense seja atacar bases fundamentais da saúde pública e, indiretamente, tentar jogar a sociedade contra os profissionais de educação, ao invés de pressionar autoridades públicas em favor de direitos coletivos básicos como a vacina, o auxílio emergencial e o fortalecimento do SUS em meio à pandemia. Já nos manifestamos sobre esse tipo de aberração recentemente, relembre aqui: http://sepefriburgo.blogspot.com/2021/01/essencial-e-vida-repudiamos-os-recentes.html


No mais, convém lembrar que desde 04/01, primeiro dia de governo, o SEPE FRIBURGO oficiou a Prefeitura em favor das reivindicações dos/das profissionais de educação do município sem ter recebido qualquer retorno. Profissionais de apoio recebem menos que o mínimo e não tem respeitado seu direito ao plano de carreira; o magistério também está com salário defasado e sem ver cumprida a lei de 1/3 de planejamento que data de 13 anos atrás além de os adicionais de progressão na carreira e o adicional de qualificação não serem cumpridos pela PMNF. Não bastassem tais questões trabalhistas,  as estruturas das escolas que já eram precárias antes da pandemia seguem sem qualquer investimento e ainda assim o prefeito decide começar sua gestão pelo atendimento de grupos particulares que nunca se mobilizaram por absolutamente nada em favor da Educação e, aliás, fazem questão de NÃO DIALOGAR com quem conhece e vive as comunidades escolares em geral.  Denunciamos ainda que esses mesmos defensores da volta às aulas conspiram entre os seus pares para “desvincular o público e o privado”, justificando com isso que, por pagarem mensalidade, devem ter prioridade dentro de suas intenções. Fica muito evidente portanto o caráter elitista desse movimento que, para fora , fala em “abismo social”, mas, para dentro, se arroga o direito de exigir privilégios mediante sua condição abastada.


A própria Prefeitura de Nova Friburgo alerta em suas redes no dia 15/01 que “estamos vivendo um momento delicado, com muitos novos casos de covid-19 e uma alta na mortalidade provocada pela doença”, motivo que levou à extensão da BANDEIRA VERMELHA por mais uma semana. Assim sendo, por que a pressa em redefinir o Plano de Retomada? E justo num contexto em que os defensores da volta às aulas presenciais articulam uma ofensiva negacionista que envolve carreatas irresponsáveis, ataques a profissionais de educação nas redes e tentativas de cooptação de agentes públicos. Não podemos aceitar que o Executivo se submeta a esse desfile ganancioso! Recorde-se ainda que em matéria de hoje, 16/01, no jornal local os defensores da volta às aulas colocam como responsabilidade exclusiva da Prefeitura, por exemplo, os cuidados nos transportes coletivos que estiverem cheios, mais uma vez terceirizando para o poder público as consequências de seus atos privatistas. Outro ponto importante é lembrar que nos últimos dias proliferaram nas redes vários pedidos de doação de insumos básicos (álcool, papel higiênico, luvas etc) ao Hospital Municipal Raul Sertã, cujos leito de ocupação esporadicamente chegam a 100%. É nesse cenário que se pretende abrir escolas em um município que atende a TODA a Região Serrana?


Convocamos todos e todas as profissionais de educação de Nova Friburgo a estarem atentos às redes sociais e informes dos sindicatos, onde estaremos permanentemente mobilizados para responder a todo e qualquer ataque ou afronta à saúde pública e aos direitos trabalhistas e sociais de quem compõe as tantas comunidades escolares do município.


Requeremos ainda que o prefeito Jhonny Maycon abra canais de diálogo com todas as entidades que representam a Educação, buscando atender reivindicações que vêm de longa data e deixando de lado o exclusivismo com que tem beneficiado determinados setores. Reiteramos nossa expectativa de que o Prefeito tenha com o funcionalismo público e com a sociedade a mesma atenção que demonstrava quando vereador e durante a mais recente campanha eleitoral. É inadmissível que o ofício enviado pelo SEPE em 04/01 esteja até agora ignorado enquanto o documento para rediscutir o Plano de Retomada nos chegou menos de 24 horas após o decreto que o justifica.


Sem mais para o momento,

SEPE e SINPRO DE NOVA FRIBURGO.




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