TODO REPÚDIO ÀS DECLARAÇÕES DE BOLSONARO SOBRE A CATEGORIA E SUAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS

SEPE-RJ - 18/09/2020


Em live divulgada ontem (dia 17/9) nas suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro desferiu mais um ataque contra os educadores brasileiros e suas entidades representativas. Como se não bastasse a política de destruição da educação pública, com cortes de verbas e desinvestimento na pesquisa e nomeação de ministros com total inaptidão para gerir o setor, Bolsonaro agora atacou os profissionais de educação e os sindicatos e federações por causa do fechamento das escolas durante o período da quarentena (iniciado em março) para evitar a propagação do coronavírus.

Mantendo sua política irresponsável de negacionismo a respeito da pandemia que já matou mais de 135 mil pessoas no Brasil e infectou mais de 4,4 milhões, Bolsonaro defendeu o retorno imediato das escolas em todo o país. Isto, a despeito das opiniões contrárias e alertas das autoridades sanitárias. Ele disse que profissionais e sindicatos “são de esquerda radical e defendem a permanência em casa para trabalhar menos e não por causa do risco de contágio.”

O Sepe RJ repudia mais uma declaração infeliz do presidente da República. Ao invés de liderar o país no combate à pandemia, desde março, por interesses eleitorais Bolsonaro mantém uma postura de politização da doença e de defesa de medidas que vão de encontro às preconizadas pelos cientistas e órgãos especializados. São várias as declarações que mostram todo o despreparo do presidente para enfrentar o problema da pandemia e que só servem para tumultuar o ambiente, abrindo margem para o explosivo número de casos de covid-19 no país.

Com relação aos profissionais de educação e suas entidades representativas, o nosso sindicato lembra que a categoria não está em casa e, sim, cumprindo o protocolo para fazer aquilo que as autoridades públicas não fazem: evitar a propagação do vírus, protegendo assim suas vidas e a do restante da população. Mais do que ninguém, o presidente que manteve na interinidade por quatro meses um ministro da saúde e provocou a demissão de outros dois em pleno pico da pandemia, deveria saber que os muitos profissionais, mesmo sem equipamentos adequados, tentam realizar o trabalho remoto utilizando até mesmo telefones celulares e pagando os custos de internet do seu próprio bolso. Sendo uma categoria majoritariamente feminina, muitas vezes as profissionais em casa viram o trabalho triplicar. E o governo federal e o MEC fingem que não veem esta situação e não fazem nada.

Em sua live, Bolsonaro acrescentou que para os sindicatos de profissionais de educação espalhados pelo país “o melhor é ficar em casa por dois motivos: primeiro eles não trabalham, por outro, colaboram para que a garotada não aprenda mais coisas, não volte a se instruir.” No nosso entender, o presidente da República, com a sua truculência habitual e atitudes não condizentes com a importância do cargo, não tem o direito de atacar as entidades que cumprem o papel legítimo e constitucional de representar os interesses de toda uma categoria. São estes mesmos profissionais que, diuturnamente e apesar dos baixos salários e das precárias condições de trabalho, se dedicam com muito esforço e apesar da falta de vontade do governo federal a formar nossos alunos e torná-los cidadãos mais críticos e conscientes do seu papel na sociedade. E cidadãos mais críticos e conscientes do seu papel na história certamente não apoiam um governo autoritário e antidemocrático, que defende a tortura e o enfraquecimento do estado de direito.

SEPE RJ – SINDICATO ESTADUAL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO

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