RESPOSTA DO SEPE AO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NO QUE SE REFERE AO DECRETO DE FÉRIAS



SEPE Friburgo
Informe Oficial – 05/05/2020

Frente ao decreto de antecipação de férias que tem repercutido desde sua imposição no último dia 28/04, o SEPE FRIBURGO vem a público mais uma vez para respeitosamente responder alguns dos argumentos que o Secretário Municipal de Educação, Igor Pinto, tem exposto em entrevistas recentes à mídia local.

- NÃO VEMOS LIGAÇÃO ENTRE A ANTECIPAÇÃO DE FÉRIAS E O CORRETO PAGAMENTO DOS(AS) SERVIDORES(AS), uma vez que essa medida não traz qualquer nova perspectiva de arrecadação ou folga no orçamento. Ela apenas desobriga a PMNF de pagar no próximo mês (justamente quando a pandemia promete se agravar) dobras e horas-extras já combinadas e que fazem parte da contabilidade regular dos profissionais de educação, os quais agora se veem surpreendidos com uma imposição que, lembramos, NÃO FOI ACOMPANHADA DO PAGAMENTO DO ABONO DE FÉRIAS. Importante lembrar ainda que, não havendo perspectiva exata para o fim do necessário isolamento social, o decreto afeta a rotina, o planejamento e as próprias condições de vida de toda a categoria e da comunidade escolar sem sequer contribuir efetivamente para a resolução do problema. Antes de colocar em evidência os direitos garantidos a servidores fixos entendemos que caberiam outras medidas como a revisão dos tantos cargos comissionados que ainda perduram no executivo municipal e que, em geral, afetam os cofres públicos com mais intensidade que a pasta da Educação.

- O DECRETO FOI SIM UNILATERAL, ou seja, partiu da PMNF sem que seguisse o caminho e o debate necessários à sua implementação junto à comunidade escolar. Em que pese o necessário diálogo que o Secretário diz ter havido com o Conselho Municipal de Saúde (CMS), o mesmo apreço não foi dedicado, por exemplo, ao Conselho Municipal de Educação (CME), o qual reúne representantes da sociedade civil, dos sindicatos, da Câmara de Vereadores e da própria Secretaria de Educação, dentre outros. Assim, sem ouvir os envolvidos e afetados pela medida, configurou-se um evidente atropelamento das deliberações que deveriam ANTECEDER O DECRETO, motivo pelo qual o CME recomendou ao prefeito Renato Bravo que ele REVOGUE tal documento e abra espaço de diálogo sobre o mesmo, seguindo o método que deveria preceder qualquer ato relativo ao sistema municipal de ensino. Reiteramos nosso respeito e reconhecimento ao CMS, mas entendemos que o debate vai além de suas fundamentais atribuições e o prefeito não tomou esse cuidado.

- A MEDIDA PRÓVISÓRIA (MP) 927  É PREJUDICIAL AOS TRABALHADORES. O Secretário Municipal de Educação recorreu à MP/927 de Bolsonaro afirmando que ela “flexibilizou direitos trabalhistas”, o que já desagrada por princípio toda a categoria que vem lutando arduamente (inclusive com uma importante greve em 2019) para resguardar seus direitos e condições de trabalho precarizados desde antes da pandemia. Aos nossos olhos, o advento da COVID-19 está sendo usado pelo governo federal, com apoio do prefeito Renato Bravo, para avançar ainda mais contra o que resta de garantias trabalhistas aos profissionais de educação. Lembramos que essa mesma MP, combatida pelo SEPE, de fato abre espaço para tais ataques, mas não obriga a PMNF a tomar essas medidas drásticas e unilaterais, haja visto que o caso de Friburgo sequer foi seguido por outros municípios que inclusive tem arrecadação bem menor.

- O CALENDÁRIO SERÁ DISCUTIDO PELO CME, MAS NÃO AGORA. Como os representantes de SEPE e SINPRO têm defendido com outros apoiadores dentro do Conselho, o momento atual demanda total atenção e esforços das família em favor da prevenção e de sua estruturação para combate à pandemia do novo coronavírus, o que inviabiliza um precipitado planejamento da retomada de atividades escolares para breve. Por esse motivo, não há condições de acelerar o debate como deseja a SME sem que antes tenha sido discutido a própria antecipação das férias.

- HAVERÁ RECESSOS PARCELADOS AO LONGO DE 2020 E 2021 PARA AMENIAR A SOBRECARGA DE ESTUDANTES E PROFISSIONAIS?  Não há qualquer garantia de que essa proposta será implementada, uma vez que não se encontra oficializada pela Prefeitura como tal e, como deveria ter ocorrido ANTES do decreto de antecipação de férias, ela não foi democraticamente debatida com as representações da comunidade escolar no CME.

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